Aqui, como um frágil e diáfano cristal, me lanço à parede para poder me dividir em dezenas de fragmentos poéticos:
A escuridão, o caos. Melancolia, raiva, agonia, ansiedade e desilusão. Meus olhos chovem, meu sangue ferve e borbulha, minha mente enlouquece e minha alma padece. Mas, como não podia deixar de ser, o maior e mais brilhante fragmento, o grande protagonista, é o tal do Amor. Que sentimento mais belo e enigmático que desestrutura nosso pilares, sacode nosso firmamento e altera a nossa gravidade, nos fazendo flutuar pelos ares. Quente, vívido, abstrato, melífluo e extremamente difícil de ser domado. Nos inspira, nos fascina, porém também nos machuca, nos tortura.
Por fim, uma sútil pitada do etéreo, do cósmico, do místico, do divino... Fragmentos tênues feito uma refrescante bruma onde se pode contemplar a grandiosidade do sobrenatural. Deuses, entidades, espíritos e Arcanos neles espreitam. A essência de tudo, o sagrado que carregamos no peito, a intuição que nos sussurra direções. O ritualístico, o sublime!
Romantismo, pessimismo, histeria, euforia, nostalgia, letargia, fantasia, nascimento, morte e reencarnação...
No fim desse fabuloso tour... Qual fragmento mais lhe apetece?
Daniel Maciel, nascido em Setembro de 1991, é um diademense apaixonado por todo o tipo de arte, principalmente a literatura, a música e o cinema. Escreve desde os 13 anos, mas começou a levar a sério seus projetos literários depois que sua filha Lavínia nasceu, em meados de 2016, nascendo junto a ela muita inspiração e criatividade.
Participou das Antologias Fogo de Prometeu, Estações, King Edgar Palace e Além da Magia, todas pela Editora Andross. Escreveu uma Saga no gênero Dark Fantasy composta pelos livros O Último Ponto de Luz, Útero Invertido, A Panaceia e Exumação das Arestas; além dos livros de Contos Catarse: do Aterrador ao Melífluo Vol. 1 e Vol. 2; ainda não publicados (Todos temporariamente disponíveis na íntegra e gratuitamente no Wattpad). Ficou em 2° Lugar no Concurso Literário de Portugal Natureza 2016, com o conto A Árvore Vermelha Cor de Sangue (Música da Vida).
Miniatura
Miniatura,
Minha pequena versão.
Me atura, me enche de ternura,
Minha mais bela flor, minha paixão.
Passa o ano, ganha altura.
Quando tropeço, me segura.
Meu pilar, minha sustentação.
Seu sorriso acalenta meu peito,
Embala minha alma.
E se algum dia cogitei não levar jeito,
Ninguém é perfeito e saber disso me acalma.
…
*
A Regressão de Chronos Vs. O Canto de Afrodite
Perdido no onírico...
Rosas vermelhas nos cercam.
O tempo nos deu mais uma chance,
Pois estamos vivos e respiramos.
Nossos corações ainda batem!
O tempo retrocedeu,
Inverteu.
O sentimento não morreu!
A chama se avivou,
Não sei mais quem eu sou,
Mas sei quem eu gostaria de ser...
Retrocedeu, sim, como num vídeo!
Retrocedeu, e meu amor é seu.
Sempre.
…