A sonoridade da palavra remete ao tilintar de adornos, nos pulsos ou pescoços. Olhando por outro ângulo, lembra o andar, malemolência, característica da gente. O saber entrar e sair de qualquer lugar. O som que move o andar, a ginga, a malícia tranquila de uma conversa despretensiosa na esquina. Esse balangandã que costurei ornamento por ornamento, em fios invisíveis de cuidado e atenção, entre figas, frutas e desejo é também um amuleto. Palavras também são amuletos. São poemas de dengo, desejo e muita liberdade para enfeitar com palavras-feitiços, amores dissidentes.
Lais Eutália é professora, poeta e sonhadora. Tem mão boa para plantas, carrega consigo um patuá de força, coragem e equilíbrio fincado nas costelas e se encanta com os ventos de agosto.
liberta
arrombei o armário
que tava sufocando
meu peito
derrubei a porta
quebrei cadeados
amor é chave!
*
poeta
alguns livros
são longos demais
e eu tenho pressa
em te ler
l e n t a m e n t e
*
antiquada
e eu que pensava
horas a fio
sobre como ia ser
foi normal
um beijo
&
duas línguas
que dançam
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Coleção Machado Preto - Livro #19
38 p.; 13 X 16 cm
ISBN 978-65-85955-15-7