Em Crônicas de uma falsa burguesa, Thereza Monteleone convida o leitor a embarcar em uma jornada irreverente e sagaz pelo cotidiano de uma jornalista que, desde cedo, transitou entre o luxo e a realidade da vida comum.
Nascida em um bercinho de vime, cercada de dossel e com uma chupeta de ouro, Thereza logo descobriu que as aparências enganam e que a área de serviço é muito mais vasta, complexa e cheia de vida do que a burguesia carioca ousa imaginar. Com uma escrita afiada e bem-humorada, Monteleone desfia os fios de suas experiências, revelando com olhar crítico e cheio de ironia os contrastes e absurdos da sociedade. Suas crônicas revelam situações que, de tão reais, parecem saídas de uma comédia da vida privada — porque qualquer semelhança com a realidade não é, de fato, mera coincidência.
Em um texto fluido e provocativo, a autora desafia convenções, reflete sobre as pequenas e grandes con - tradições do dia a dia, e transforma o ordinário em algo extraordinário. Crônicas de uma falsa burguesa é um convite para se divertir, refletir e, quem sabe, enxergar a vida com outros olhos.
Thereza Monteleone é jornalista com Pós-Graduação em Comunicação Empresarial, escreve crônicas para dar conta do dia-a -dia e do estresse, pois se tornou, por ossos do ofício, uma operária fora do padrão 9 às 5. Aprendeu a amar a língua portuguesa por volta dos 11 anos, nas aulas de português do Colégio Santo Inácio, onde era obrigava a escrever uma redação toda semana. Inclusive, guarda seu caderno com textos do colégio, de 1983, até hoje.
Sempre estive presa a um Cartier que mais parecia ter sobrevivido a uma guerra. Talvez representasse a derrota da minha mãe contra um câncer de mama.
O relógio ficou parado durante uns 30 anos. Nem sei como se deteriorou tanto, mesmo guardado numa gaveta de madeira, e na da memória, sem mais perceber a passagem das horas.
Mas, tornou-se uma espécie de elo de ligação. Foi comprado pela minha progenitora em sua única ida à Europa, pouco antes de sua viagem sem volta.
Vindo de quem era, não se trataria de marca qualquer.
Cheguei a pensar em jogá-lo na lixeira Embrulhei até num saco de supermercado...
*
Ninguém escolhe ser filha de um exótico homem que coleciona túmulos. Trata-se de um senhor carma. E dos pesados.
Ter pai que compra sala e quarto no Catete é moleza. Quero ver é ser herdeira de tumba. E, ainda por cima no Cemitério São Francisco Xavier, na zona portuária do Rio.
Verdade seja dita que a localização do jazigo perpétuo é privilegiada...
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Crônicas de uma falsa burguesa / Thereza Monteleone. –
Curitiba: Eu-i, 2024.
110 p.; 14 X 21 cm
ISBN 978-65-83046-14-7
1. Crônica. 2. Literatura brasileira
Bem-vindo à loja oficial da Editora Toma Aí Um Poema (TAUP), um espaço dedicado à celebração da literatura em suas múltiplas formas e vozes. Desde 2020, publicamos e promovemos obras que desafiam o convencional, oferecendo um catálogo diverso que valoriza autores de minorias sociais, incluindo mulheres, pessoas LGBTQIA+, negras, indígenas, neurodivergentes e outras vozes historicamente marginalizadas. Aqui você encontra poesia, ficção, ensaios e publicações que transcendem os limites do tradicional.