Estamos ficando sem tempo, o mundo anda muito acelerado, não respiramos, não nos conhecemos, apenas deslizamos os dedos para cima para se entreter ou para direita para se envolver com outras pessoas. Os noticiários falam de uma mudança climática que mudará completamente o destino da humanidade. Os bilionários desejam colonizar outros planetas e ainda não conseguimos superar a colonização do nosso país.
Onde estamos indo com tanta pressa? Tenho muitos devaneios sobre nossa existência, sobre como caminhamos e para onde vamos. Se tudo que temos e somos vem do meio ambiente, porque não conseguimos enxergar que precisamos cuidar?
Devaneios Ambientais vêm para trazer reflexões sobre o meio ambiente e como é necessário envolver mais cultura no meio ambiente, para que as pessoas compreendam de fato a sua importância. Todo mundo conhece o leão, nos livros didáticos, nos filmes e nas histórias, ouvimos e o reconhecemos e somos incapazes de citar o nome de pelo menos três felinos nativos do Brasil. Todo mundo conhece a águia americana e pouquíssimos conhecem a Harpia que é uma das maiores aves de rapina do mundo e está ameaçada de extinção. Somos um país colonizado que não conhece o meio ambiente e então o despreza.
Meus muitos devaneios sobre o meio ambiente me levaram a pensar na união da poesia e ciência e assim escrevo o meu primeiro livro. Escrevo como alguém que encontrou uma voz poética na pandemia e usa da ciência que estuda na graduação para trazer novas visões. O mundo anda acelerado demais sem saber que caminhamos para um fim, por isso é tempo de repensar sobre como lidamos com a vida e a natureza, para que ainda possamos mudar o futuro.
Hoje quando acordei, me recordei que sou daltônico, me recordei que sou de muitos lugares, me dei conta de que ninguém enxerga o mundo da mesma forma que o outro. Parte de minha infância foi na zona rural e toda vez que eu aprontava, subia em uma árvore para fugir dos esporros. Devo ter passado 1/3 da infância em cima de uma árvore! Quase como um bicho-preguiça.
Nesse tempo na árvore, conversava sozinho, dormia, refletia e conhecia um pouquinho do mundo, sendo alimento para que quase 16 anos depois eu me encontrasse poeta. Hoje sou graduando em biologia, produtor de vídeo, escritor, divulgador científico, taxidermista, sonhador e alguém pirado das ideias, que é muito grato a todos amigos, familiares e seguidores, que apoiam minhas loucuras, prazer sou Italo Brasileiro!
Amazônia
Amazônia quente e úmida
encontro seu corpo na densa noite
que me cobre a alma
Seus olhos lunares e seu corpo solar
me desprende de quem sou
e guia meus caminhos até o seu portal.
Me encontro enquanto serpente
e te encontro enquanto árvore
Somos induzidos ao produzir
vida, nem que seja a nossa.
O caos, perigo e abrigo
são estimulantes para o divino
você tem cheiro, textura, sabor
os seus sentidos me fazem sentir
sentir que há muita vida há se viver
enquanto me perco na
grandiosa Amazônia que é você.