diário em verso é uma pretensão literária de vida - ou de vida literária. entre o mundo que há num verso e tantos versos que há no mundo, pequenos excertos do cotidiano levam a cabo a dura tarefa de rimar a dor e a beleza dos dias.
recuperando a apresentação constante do original da obra, cabe acrescentar uma contextualização: desde o final de 2021, o autor adotou a prática de fazer um diário não em prosa, mas em versos, por ser, para ele, uma forma de escrita que flui com naturalidade. trata-se de poemas curtos e intitulados apenas pela data de sua escrita. e compartilhamento original em redes sociais.
a seleção que compõe o "diário em verso um" inclui textos de dezembro/2021 a dezembro/2022.
preto, de bengala e vindo da quebrada metropolitana de beagá. estudante de letras, escritor e proletário. aficionado por gêneros breves, em especial a poesia.
também aqui recupero a minibiografia inserida no original para detalhá-la: me chamo henrique de abreu, sou mineiro e tenho 25 anos. moro num bairro periférico de contagem, na região metropolitana de belo horizonte. sou licenciando em letras pela ufmg e trabalho na fundação de apoio da universidade.
escrevo com frequência desde a adolescência, quase sempre poesia. sou uma pessoa com deficiência física na perna esquerda, daí o "de bengala".
13/12/21
não há nada
que justifique
um mundo que vaga
uma pessoa que fique.
dv #2
*
25/01/22
onde só existe
deus e dinheiro
não existe nada.
dv #21
*
18/04/22
lua e maré:
um sussurro
um espio
um flerte.
dv #35