Do perecível ao perene - Líviarbítrio

O Livro

“Do perecível ao perene” foi escrito ao longo de vários anos, em diferentes fases e momentos, distintas vidas da vida da autora, que desafiada pelas dificuldades e limitações, precisou criar, além dos textos, alguém que os assinasse, e que detivesse a potência contida neles. 

Nos textos do livro, as palavras íntimas e profundas muitas vezes são um recorte, uma passagem que relata perfurações vertiginosas do cotidiano, na busca incessante pela versão mais verdadeira, e na busca de crescer. 

Num mundo em que muito se fala sobre empoderar e enaltecer uma “melhor versão” de nós mesmos, no perecível das nossas mazelas descobrimos nossa humanidade, muitas vezes desumanizados, pois não somos softwares que precisam ser atualizados e verificados, somos vida e vida pulsante que se revela nas coisas perenes. A pós modernidade do mundo meta(in)verso está enrijecendo nosso modo de ser e estar no mundo, nossas relações, nossas vivências, numa tela de smartphone oferecendo centenas de hiperestímulos diferentes por minuto. Essa inversão nos aproxima de um estado cada vez mais doentio e adoecedor e nos afasta do foco da perenidade, das coisas singelas e importantes. Entender esses processos nos faz atentar para a urgência da necessidade de nos preocupar com o engajamento entorno da germinação e crescimento de uma planta, com o alcance dos vôos dos pássaros, com o resultado que isso entrega pra nós. Como seres humanos, sedentos por uma reconexão com uma vida no mundo e uma vida interior que foi desconectada há muito tempo. Quando abaixarmos o volume das tantas e diferentes vozes e diminuirmos a exposição a tanta informação simultânea e desconexa, a voz do silêncio voltará a ser audível, e poderemos re(ver) antigas e novas paisagens, e estaremos (re)fixando nosso olhar para as coisas duradouras. 

Deixaremos de ter tanta pressa e voltaremos a nos importar, longamente. E demoraremos naquilo que nos importamos. 

A Autora

Lívia Citrangulo é natural de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, tem 31 anos e escreve desde que se entende por alfabetizada.

No começo de sua jornada com as palavras, com seu blog nos tempos gratuitos da globo.com, que por três vezes esteve no Blogs of Note – os 10 melhores blogs da semana, sentiu que era o que mais gostava e queria fazer na vida. Tentando se encontrar nos cursos de Comunicação e Psicologia, foi e é na escrita que de fato consegue e alcança sua identidade mais autêntica e verdadeira.

Como uma leitora voraz da Biblioteca Municipal Maria Margarida Liguori nos tempos de escola, teve suas primeiras e maiores inspirações através de Julio Cortázar, Manoel de Barros, Ignácio Loyola de Brandão, Clarice Lispector, Milan Kundera, Hermann Hesse e outros que conversam bem nesse diálogo interno e em contato com o mundo e os mundos. Os outros lá fora e os que nos habitam.

Os textos intuitivos, da autoria de Líviarbítrio são um convite para fecharmos momentaneamente os olhos para os mundos de fora, abrindo-os para os nossos mundos interiores, afim de explorá-los e descobri-los, nos recapacitando a abrir novamente nossos olhos para fora, agora mais seguros, com a tranqüilidade de um coração humilde que já se conhece mais e melhor, estando mais aptos a ser e estar nos mundos ao redor.

Alguns Trechos do Livro

“Porque na verdade somos feitos de sonhos em um campo minado e precisamos fazer crescer flores das pedras.”

*

“Daqui a pouco vem penumbrar a noite. E dentro de mim, isso é tão raro, tudo permanecerá tão claro.”

• *

•  

“Tanta coisa pra esquecer e outras várias pra lembrar. Tanta coisa para aceitar e outras várias pra modificar. E a necessidade de brincas às vezes, de inventar alguns fazer de conta, e outras vezes encarar. Tudo pelo tortuoso e árduo caminho que leva à algum equilíbrio.”

*

“Ainda estou longe disso. Ainda estou no momento seguinte à desestruturação. Total. Não sigo mais alguns impulsos. Aprendi com a dor. Com a frustração. Eu fui até o limite com meus erros e precisei aprender uma lição.”

*

“Vida é sobre à que a estrada nos leva. Vida é movimento. Viver é deixar-se conduzir. Viver é nadar. Vida é rio desconhecido.”