Efervescência consiste em uma seleção de poemas que retratam a visão crítica da autora, provinda das observações de mundo, das relações sociais e da psiquê humana. Os temas variam entre problemas sociais, questões políticas, questões de pertencimento, capitalismo, hetero-normatividade, amores, desilusão, entre outros.
No entanto, desde a primeira página até seu último verso, a obra realça o modo intenso, profundo e poético, com qual a vida é experienciada, vivida e entendida pela autora, com altos e baixos bem registrados em poemas que se revelam com texturas e sentimentos.
Hévellyn Patrícia Ferreira Silva, nasceu em 1978 em Recife, Pernambuco. Graduada em Ciências Sociais pela UFPE. Autora do Livro de Poesias: PERPASSO. Sempre se mostrou atenta às complexidades das relações humanas e sociais a sua volta. Escritora por paixão, escreve desde os seus 14 anos de idade, em prosa e poesias. A autora escreve poemas livres, explicitando suas emoções, suas perturbações, dores, revoltas, alegrias e quase sempre, seu otimismo e fé na vida.
Quando você chegou, meu coração estava partido
Um vazio eloquente residia em meu ser vagamente pulsante
Dor já não existia, pois na apatia, nada minimamente digno se estabelece
Nem a dor
Só ausência de qualquer significado, de qualquer sensação
De qualquer justificativa para manter a oxigenação
Então você chegou
Você não juntou os meus pedaços, não emendou meus cacos
Você sequer notou os traços de um coração vazado
Você simplesmente chegou, entrou
E sentou-se confortavelmente na minha sala de estar
Cruzou as pernas elegantemente e pediu um chá
Descalçou os pés alvos e pisou com cuidado
O assoalho
Sentiu meu chão frio e cálido
Na arte de sobreviver
Sentiu talvez tudo que um dia fui, sou
E um dia serei
Viu tudo que lhe era necessário à alma
E decidiu permanecer.
Que tudo seja maior e mais belo
E que meu olhar seja apenas um
Dentre muitos e muitos aspectos
Porque todos os olhares juntos
Serão maiores e mais belos, por certo
Que juntemos todas as nossas esperanças
E que juntas tomemos todo o céu
E que sejam vários os céus
Para que percorramos entre eles
Todas as nossas andanças ao léu
No regresso a nossa comunidade
Sejamos mais lares para os amigos
E aos nossos conflitos que sejamos sensíveis
Pois nunca seremos totalmente inteiros
Enquanto não formos plenamente miscíveis
Obscena é vida que se esvai furtivamente
Escorrendo entre minutos e segundos
Corroídos pelas profusões de pensamentos
Cooptados pela necessidade da escravidão
Que de tão servil
Nos mata obscenamente
Não há paz
Se há fôlego de vida
Indignação na mente
E paixão que queima
No coração
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