VER COMO CRIANÇA é o resultado de um processo de mediação entre o exercício da análise do texto poético e a sedução de leitores temerosos (mas interessados) em relação a esse gênero literário tão fascinante.
Tendo em vista que o poético está presente como encantamento no cotidiano das pessoas de modo geral, todos estão convidados para esta conversa séria mas também descontraída sobre as tramas do texto e do discurso quando elevados à esfera artística.
No mundo contemporâneo, é urgente propormos a sagacidade delicada do poema, especialmente no ambiente educacional, em seus diversos segmentos, nos quais se constata a desafiadora necessidade de aproximar o olhar do professor ao do poeta e, consequentemente, ao da criança.
Este livro é uma jornada de VER O TEXTO mas também de apropriação de recursos necessários para VER O OUTRO com olhos mais limpos e profundamente. Vamos falar sobre poesia?
Katiuce Lopes Justino é formadora de professores em São José do Rio Preto. Estudou Letras, com mestrado e doutorado em teoria literária e também Pedagogia. É poeta e tem publicado em jornal, revistas especializadas e antologias.
O livro é um convite para aprender a “olhar” para os textos poéticos, mas não um olhar qualquer, fugaz e automatizado a que estamos tão acostumados; como bem recomenda a autora, é preciso “ver profundamente, por dentro, com olhos limpos, ver como criança”, um olhar inaugural em que “a intuição e a experiência concreta acionam os gatilhos da inteligência criativa”.
A obra trata da poesia poeticamente, aproxima-se do leitor, acolhendo-o, sutilmente pega na mão dele conduzindo-o pelos labirintos obscuros e misteriosos da materialidade da linguagem poética, iluminando sentidos e significações com maestria e incrível beleza.
— Beth Yano. Pedagoga com experiência de mais de 20 anos na formação de professores de escolas municipais na região de São José do Rio Preto.
Eu gosto mesmo é de acolher professor. Pegar aquela alminha cansada e aplicar na veia uns versos de Drummond... Fazer curativo de Manuel Bandeira, dar comprimidos de Machado de Assis. Fazer compressa de Clarice Lispector, sobretudo nas meninas-professoras que dão aos outros a própria língua - e o coração.
Eu gosto de exercitar a Orelha de Van Gogh na escuta de canções poéticas. De ensinar as rezas do Guimarães. Colher as Rosas e ensinar a tirarem delicadamente os espinhos. Colocar uns clipes nas canções de Adriana Calcanhotto para anexar vivências... cortar e colar com Ferreira Gullar. E, para isso, me fundamento nas bonitezas do Paulo!
Eu gosto mesmo é de brincar de poesia!
Katiuce Lopes Justino