Poemas Genéricos para Amores Específicos é uma coletânea de poemas coletados ao longo de pelo menos 30 anos, que aborda o amor romântico em suas diversas formas.
Ele está dividido em três tomos: Purexistência, Sandices e Amar o Amor.
Cada um deles convida para uma jornada com texturas e emoções distintas.
Poemas Genéricos para Amores Específicos transita entre a delicadeza e a ferida aberta, entre o desejo e a saudade, entre o instante e a memória. O lirismo aqui não se prende a rótulos ou fórmulas: é urgente e intuitivo. Com total sinceridade em sua expressão, Amanda Anônima escreve sem medo de se contradizer, de se expor, de mostrar que o amor não é um conceito fechado, mas um território em constante mutação. Aqui, a paixão é vivida com plenitude, o abandono é sentido em sua crueza, e a ternura sobrevive mesmo quando tudo parece ruir. Aqui, o amor não é um conceito linear; ele se apresenta como fragmentos de uma arqueologia emocional, onde os poemas são vestígios de algo que foi e continua sendo, mesmo que sob outras formas — uma tradução livre e contínua do amor como matéria viva.
Anônima é Amanda Barral quando ama e quando escreve. Anônima é a experiência de uma única pessoa, quando se escreve e descobre identidades secretas. Amanda é a poeta Amerita Muskária em Muito Antes de Ser Sério, pela Ed. Rizoma (2023); Laturra em Esquizoestórias, Ed. Fábrica de Cânones (2023); a rebelde difusa em Que Se Dance!, pela Caravana Ed. (2024) e finalmente a que se escreve do amor, em Poemas Genéricos… pela TAUP. Nas horas vagas veste outros corpos para recitar em @poesialiberta.
DeUseNcaiXotAndO
Alguma suavidade possível, porque hoje é dia de mudança
Carregar caixas, desencaixotar coisas
Colocar cada coisa no seu lugar
Em cada lugar, o sentido de cada coisa
Alguma suavidade, porque hoje é dia de mudança
Fazer força, descarregar o acúmulo, o necessário
Descartar o excesso, desfazer o que sobra
Se soltar do que perde o sentido
Definir. Mudanças.
Alguma suavidade,
Porque hoje é dia de fazer esforço
De saber o que sobra
De entender o que excede
Hoje é dia, de fazer muita força
De largar
Descarregar o que desprecisa
De desprecisar do impreciso
De manter firme a beleza
Cultivar o olhar
De, em cada canto, deixar o encanto
E uma ponte pênsil
entre cada coisa que revele
Quem sou eu, quem somos nós
suavemente falando,
de fato, afeto, sentido
E intensos insaberes
Nudez
Silenciar muitos eus pra me entregar o amor
Tirar a roupa a vida inteira e pousar em si
Amar muitos homens para encontrar um deles
Explicar a poesia
não existe
Silêncio
Tudo fala do amor
em mim
***
Amar o Amor*
amar a vida para além do corpo quando dói
amar o corpo para além da alma quando trai
amar a alma para além da mente quando engana
amar a mente para além do ruído que persiste
amar o ruído para além da música quando perfeita
amar a música para além do silêncio quando necessário
amar o silêncio para além do vazio que desnorteia
amar o vazio para além do outro quando invade
amar o outro para além de si mesmo quando erra
amar a si mesmo para além do amor quando falta
amar o amor para além de tudo que existe
e finge ser outra coisa senão o próprio amor em si
Bem-vindo à loja oficial da Editora Toma Aí Um Poema (TAUP), um espaço dedicado à celebração da literatura em suas múltiplas formas e vozes. Desde 2020, publicamos e promovemos obras que desafiam o convencional, oferecendo um catálogo diverso que valoriza autores de minorias sociais, incluindo mulheres, pessoas LGBTQIA+, negras, indígenas, neurodivergentes e outras vozes historicamente marginalizadas. Aqui você encontra poesia, ficção, ensaios e publicações que transcendem os limites do tradicional.