Poemas Mortos, de Pedro Lino, é um livro de profunda densidade existencial, que se debruça sobre o esvaziamento da vida contemporânea. O livro explora a condição humana no mundo moderno, evidenciando temas como o fracasso, a alienação e a decadência das relações sociais e espirituais. Com uma linguagem crua e implacável, Lino constrói uma poética do desencanto, em que o indivíduo é esmagado por forças externas incontroláveis, como o capitalismo, a mecanização da vida e a opressão cotidiana. A vida moderna, com sua pressa desmesurada e suas exigências desumanizadoras, é retratada como um mecanismo que esvazia o ser de sentido, transformando-o em uma peça à deriva. A poesia de Lino emerge, assim, como um grito de alerta e uma denúncia contra um mundo que sufoca a criatividade, o sonho e o afeto. Apesar do tom sombrio e da crítica severa à vida moderna, o livro oferece também uma oportunidade de despertar. Ao expor com clareza as falhas e os impasses do mundo atual, Pedro Lino provoca no leitor não apenas uma reflexão, mas um impulso de transformação. O mergulho no abismo existencial não é apenas uma denúncia do fracasso; é um chamado à ação. Ao reconhecer o que está desmoronando ao nosso redor, encontramos a chance de reconstruir — de buscar novos significados, valores e formas de resistência diante das opressões que enfrentamos.
Pedro Lino, nasceu e vive na cidade de Americana, no Estado de São Paulo. Começou a escrever por influência de um professor no 7°ano e, nesse mesmo período, participou de uma pequena antologia de poemas, ainda muito imaturo literariamente. Desde então, segue se aprimorando. Esta é sua segunda obra, que se pretende crítica e lírica.
A todos os exautos
Dorme, menina,
Já não há nada...
Deita... Cochila,
Não há chegada.
Feche os dias,
Cerre as horas...
Deita, garota...
Só há descanso.
Sinta o sono:
Tristeza despida.
Chora e repousa.
Vida indecisa...
Dorme, menina
*
A triste vida d’homem que é moderno
A triste vida d’homem que é moderno:
Levanta morto e celular, trabalha.
Retorna à casa, livra-se do terno
E joga a vida como joga a tralha.
Se mata em busca de conforto interno,
E dorme sono e a rotina não falha.
Se droga na esperança do seu inferno,
Acorda sem beleza nem medalha.
E passa rápido, escuro, senhor,
Despreza o sol, a lua, o verão, o inverno,
Namora o término e odeia a cor.
E malha de manhã, à tarde é incerto,
À noite chora escondido, em dor.
A triste vida d’homem que é moderno.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Poemas mortos: ou um pequeno retrato social / Pedro Lino. –
Curitiba: Eu-i, 2024.
74 p.; 13 X 18 cm
ISBN 978-65-6064-087-0
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