As forças dos poemas se alternam entre visual, rítmica e narrativa. Um homem não tem nada e recebe um pedido para que escreva poemas em troca de moradia. A experiência do lugar agrada e atormenta o sujeito. O estilo varia e dissolve a narrativa, às vezes em abstrações e outras em paralelismos e fuga.
Danilo Baldacini, 1990, 190, 10, 9, 1, 0. Não tenho faculdade, não tenho currículo. Comecei a escrever poemas num bar, com uma amiga que já não escreve mais poemas (Trocou Safo por Lacan). Não consigo responder porque também não parei. Ávido leitor.
DIATRIBE
Títere tantan, tudo trouxa, tanto
Todo tiro toca a alma, nas trevas viaja
Tal truque tentado por outros trouxas
Tragados pelo tártaro, um acontecimento
Tenebroso, estar entre os mortos,
Te remete a falta de sentido tácito
Tanques de tório líquido, a receita
De mortos tardios trafegando amputados
Aos gritos indistintos com motivos
Póstumos. Alertam o transeunte vivo
Que tamanha dor é quase inevitável
O infinito se torna o oposto quando
De volta das trevas de tânato traz
Com vida a determinação do anti-herói
Latente a memória intranquila e atroz
Sabendo, não o primeiro, apenas mais um
A viver a Nequia
*
Estou triste
Pois tudo o que faço
Contra ou a favor
Seguindo as regras ou rebelando
Cônscio das forças que regem a sociedade, a natureza ou o sobrenatural
Néscio ou deliberadamente caótico e aleatório
Dinâmico ou preguiçoso
Inerte nas asas da metáfora
ou
Insigne na tautologia do literal
Tudo
Na urdidura e na trama
Sempre foi um exercício para manter a forma