O LIVRO
Dinaildes Lino nos convida a refletir sobre a vida atípica, o amor, traumas, as interações sociais, a solidão e a busca pelo autoconhecimento, oferecendo um vislumbre de como é ser autista em um mundo que frequentemente rejeita a diferença.
A poeta é reconhecida por sua sinceridade desarmante. Ao longo de 101 poemas, ela expõe as feridas e vulnerabilidades da alma, enquanto celebra a força e a resiliência necessárias para superar os obstáculos enfrentados antes e após o diagnóstico de autismo.
Mais do que uma simples coletânea de poemas, esta obra é um manifesto de coragem e autenticidade, um convite a reconhecer o óbvio: autistas crescem, envelhecem e não existem apenas na infância. Além disso, ecoa uma verdade que muitos teimam em não ver: autistas também vivem e sangram.
A AUTORA
Dinaildes Lino é escritora, poeta, cientista, mestre em Direito e advogada, além de incansável ativista pela causa autista. Autora dos livros “Como Incluir os Autistas no Mercado de Trabalho” e “Como Entender o Autismo e Não Ser Capacitista”, ela utiliza sua voz para dar visibilidade às vivências e desafios das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), enfrentando o capacitismo com coragem e clareza. Com quatro pós-graduações, incluindo Neuropsicologia e Terapia Cognitivo-Comportamental, Dinaildes integra sua expertise jurídica a um profundo interesse pelo comportamento humano, trazendo uma perspectiva única às suas pesquisas, artigos científicos e demais publicações. Reconhecida por suas contribuições impactantes, a cientista se destaca ao desmistificar o autismo e pavimentar novos caminhos para inclusão e entendimento.
Seu perfil no Instagram (@candanga_juridica) é acompanhado por uma diversidade de seguidores, incluindo autistas, profissionais de saúde, juristas e educadores, refletindo seu impacto amplo e relevante na comunidade.
ALGUNS POEMAS DO LIVRO
Às vezes irônica. Ironia?
Vida nossa, leve e mui suave,
Assim seguimos, ao horizonte que nos invade;
Cerrando-se o tempo, há amigos de todos os lados,
Com sorrisos e gestos, somos então enleados.
Sincera é a alegria estampada no semblante,
Caminhamos avante: firmes e confiantes.
Não guardamos receios, nem ocultamos o medo;
Sem demonstrar desespero, manteremos segredo.
Vida nossa, pura inocência,
Navegamos placidamente nos mares da existência.
Sem temer as tormentas, com fé e esperança,
Encontramo-nos assim: distantes da insegurança.
Viste tu? Fui irônica; bem o sei, evitamos a nudez,
Fingimos pureza, onde falta sensatez.
Mas, quando algo nos fizer despertar,
Com liberdade viveremos, adiando o pesar.
Quando a razão reclama
Num dia singular, em um canto me escondo,
E se a necessidade surgir, logo me imponho.
Dizem não apreciar; por que me invocam, então?
Provoco-lhes agonia, no entanto, anseiam a lição.
Melhor lidar com verme faminto,
Que confessar ser eu teu instinto.
Mas sabei, desejo em ti permanecer,
Não me repilas, trago o melhor viver.
Sim, reconheço o desespero, teu fundo,
Aplaco as ilusões e ergo-te, não confundo.
Insuflo ideias, dou-te muita clareza,
E faço-te ciente da tua fortaleza.
Teimosias (teu ímpeto) não hão de te afundar,
Pois eu, Razão, pronta estou para te amparar.
Nas tempestades, jamais te esquecerei,
Sempre vigilante, nada de ti encobrirei.
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