Os poemas do livro Diafragma, são frutos de todas as coisas que fazem caminhos entre o pensamento e o corpo, materializando coisas subjetivas.
Quanto tudo continua esticando e criando estrias, por dentro e por fora, por causa da revolta e da dor, do cansaço e do choro, as palavras são as companheiras e ponte que levam por um caminho.
É dedicado a todos que precisam expressar suas auguras, chorar palavras, sussurrar medos, e depois cantar que conseguiram se erguer.
Mulher da periferia de Porto Alegre, Advogada pela PUCRS graças ao ProUni, teatreira desde 2014, escritora e poetisa desde sempre, em função das inquietudes da vida, e do meu próprio ser, contanto a história do meu corpo e as histórias das mulheres que me constroem sejam minhas ascendentes ou aquelas que cruzam meu caminho.
Thérese I
“O corpo é a primeira prisão” ela diz
pois há quem nunca verdadeiramente seja liberto
Eu achei horrível e lindo
como todas as coisas que envolvem meu corpo.
*
ABRIL
Você gosta de mulheres potentes
na esperança de que elas carreguem o seu peso morto nas costas.
Você gosta de mulheres cheias de luz e energia
pra que você possa abocanhá-las e sentir seu estômago cheio
Você gosta de mulheres com opinião
pra se sentir satisfeito e poderoso quando puder calá-las
E então eu me pergunto: você gosta mesmo de mulheres?
Eu sou muito antes
Antes de você nascer
Antes de caminhar
Antes de articular uma palavra
Eu estava lá
Eu sou muito antes dos meus erros
Antes do que eu já fui
Antes do que você conhece
E ainda serei mesmo que você não queira que eu seja
Eu sou outras histórias
Memórias
A mesma e outra
Começando e terminando
Em mim mesmo e aí escorrendo