Passei um período escrevendo pouco ou quase nada, ATÉ QUE os intrigantes - e incríveis - caminhos da vida me levaram a uma jornada profunda de autoconhecimento, onde posso dizer sem nenhum viés de exagero literário, que EU FLORESCI.
A partir daí, as poesias começaram a surgir através de mim. Tão profundas quanto os textos de outrora, no entanto, agora, o profundo já não me assustava, o vulnerável já não era visto como negativo, o “lutar contra” virou “fluir através” e a fragilidade passou a significar fortaleza.
Algumas poesias surgiram de um lugar de pura contemplação, de alegria, de êxtase, de transbordamento! Outras nasceram em um espaço de dor.
Algumas inspirações têm a vida como tema, outras, falam sobre desafios e ilusões, e tem também aquelas – minhas preferidas – que surgem a partir de um estado de Amor incondicional.
FloreScER contempla todas elas, de maneira a não se prender a um único tema ou a uma única estação interna.
Juliana Grein gosta de sair de casa mais cedo só pra pedalar com calma e apreciar o caminho, é apaixonada pelo pôr do sol e ama estar rodeada de suas plantas enquanto lê um livro na sacada em companhia de seus gatos. Descobriu que tem olhos de poesia e é por isso que as enxerga em tudo. Ela diz que essas coisas falam mais sobre ela do que sua idade, onde nasceu, suas aptidões intelectuais ou qualquer outra coisa que costuma ver em biografias por aí.
ENCONTRO
De tanto procurar
Me perco
E por me perder
Me aflijo
De tanta aflição
Silencio
E por silenciar
Relaxo
De tanto relaxar
Eu
s
o
l
t
o
E por soltar
Me acho
*
MONÓLOGO COLETIVO
As conversas não são RASAS
As conversas são RARAS
Talvez você não tenha percebido
Que quase toda interação
É um monólogo coletivo
Eu não sei o que houve
Que todo mundo fala
Mas ninguém se ouve
Chega a ser um absurdo
Que mesmo podendo escutar
A gente tenha se tornado surdo
Todo mundo quer falar
Quer ser ouvido
Mas ninguém quer dar ouvido
Ao que o outro tem pra falar
Se tornou frequente
Dar mais atenção pra tela do celular
Do que pra quem tá na nossa frente
Tem gente com medo do futuro
Do metaverso
Mas não percebe
Que já vive suspenso da realidade AQUI
Nesse próprio universo
Agora é normal
Se esforçar pra ser mais interessante
Do que qualquer distração digital
Eu me recuso!
Me recuso a fazer cena,
Entrar nessa novela
Estar 100% presente
Pra disputar sua atenção
Com uma tela!
Nessa disputa eu não entro
Eu quero dividir o Agora
Com quem estiver atento
Se a gente trocasse O “eu”
Por “nós”
Se fizéssemos laços
Ao invés de nós
Se a gente trocasse
O “competir”
Por “repartir”
E o “convencer”
Por “conhecer”
Talvez a gente entendesse
Que a beleza da vida está em tudo
Quando a gente se dispõe a Ver