Aos poucos, tudo recomeça, as missas já retornaram, é permitido até cem fiéis em aglomeração. As escolas, as universidades, as creches, tudo aos poucos, com as restrições e as orientações de precauções vão retomando suas atividades corriqueiras. A maior parte da população já foi vacinada contra a Covid-19.
Os sobreviventes desta pandemia terão algo a contar, porém, ainda há mortes, o vírus ainda circula no ar, e mesmo aqueles que acharam que não perderam nenhum conhecido, amigo ou familiar, se surpreendem com a morte inesperada de um ser íntimo ou conhecido.
Novamente as mesmas indagações: Por que tais vidas foram retiradas? Será que foram desígnios de Deus? Será que houve uma seleção celestial? Incógnitas, sentimentos, perguntas e tristezas pairam no ar. A mãe que perdeu mais de um filho, assim como o seu marido. A mãe que ganhou um perfume que lhe lembrava o cheiro do filho, um perfume já fora de linha, já não mais fabricado, que a empresa fabricou exclusivamente para aquela mãezinha que perdeu o filho de trinta e poucos anos, que adorava cozinhar e passar aquele perfume, perdeu-o pela pandemia, pela Covid-19.
Macacos à solta, clima escaldante e desregulado… Quais adventos e desafios ainda estão por vir? Quais misteriosas pandemias, guerras, revoltas e revoluções ainda teremos de enfrentar?
GÉSSICA MENINO, mãe do Christopher, poeta e escritora. Autora de vários contos e de inúmeros poemas publicados em revistas e pela Editora “Toma Aí Um Poema”, assim como, autora do livro de contos As Laranjas de Alice Mazela, vencedor na Categoria “Capa” do Primeiro Prêmio Candango de Literatura. Autora de vários poemas da CEMana de 22 (Revista Literária em comemoração ao centenário da Semana de Arte Moderna), podendo ser acessada pelo link:
www.cemanade22.com