Não Corre, Menino! é uma dramaturgia escrita em 2020. Na obra Eduardo da Silva Santos, menino negro, de 11 anos, nos conta como que ele foi alvo de uma bala perdida. O monólogo denuncia a violência contra as crianças negras e periféricas e faz uma crítica ao racismo e à violência desproporcional que é utilizada pelas forças armadas nas periferias do Brasil. A peça traz uma reflexão sobre futuros possíveis. Futuros onde meninos negros possam correr livremente, sem serem alvos de balas perdidas.
Leandro Batz é filho de Solange e Télio Batista, tem dois irmãos e cresceu no Morro da Mariquinha, Florianópolis-SC. É ator, diretor e professor de teatro. Cofundador da Cia Nosso Olhar, integrante do Coletivo Inclassificáveis e doutorando em Artes Cênicas. Já fez circulação teatral com o espetáculo “5 Minutos” do Coletivo Inclassificáveis em quatro países, além do Brasil: Argentina, Uruguai, México e Cuba.
Nesse momento senti a terceira maior dor que sentiria em toda a minha vida. Eu não via direito, via nuvens - pelo menos pareciam nuvens. Minha mão esquerda agarrava com toda a força a mão direita de Claudia, minha outra mão dançava no ar como se tivesse vida própria.
Nosso quarto era pequeno, tinha uma cama de solteira e um beliche. Ágatha e eu dividimos o beliche, Ágatha embaixo e eu em cima. Só que agora ela tava na cama do lado, cama de Claudia. E chorava, muito.
Eu sempre achei a minha mãe a mulher mais linda do mundo. Ela era alta, tinha os olhos grandes, cabelos curtos que se mantinham bem pretos pelo Henê que ela usava, pele macia, cor de azeviche.
Ah, eu tinha aprendido sobre essa gema fóssil fazia um mês, e toda vez que minha mãe ficava assim meio tristinha eu chamava ela de:
Mamis cor de azeviche.
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