Introspecção: Da Natureza à Arte Ancestral reúne uma coletânea de poemas que exploram temas como a mulher negra, afro-indígena, a ancestralidade, a natureza, a arte e o racismo. A obra aborda elementos que permeiam o cotidiano e a realidade da autora. Alguns dos poemas foram concebidos em 2020, após participação online no projeto de extensão "Teatro Negro" da Universidade Federal da Bahia. Outros surgiram em 2021 durante a residência artística "Arte na Mata", conduzida pelo artista plástico Zeca Nazaré, e em projetos realizados pelo Allegriah Grupo de Arte e Cultura em diversas localidades do Amazonas.
Essas experiências proporcionaram à autora uma oportunidade única de auto-reflexão, especialmente no que diz respeito à mulher e à natureza, explorando os marcadores sociais que envolvem a Mulher Negra nas periferias.
Jackeline Monteiro, mulher preta, cis, mãe solo. Pós-Graduada em Docência do Ensino Superior, pela Universidade Cândido Mendes (UCAM) e em Produção Cultural Arte e Entretenimento pela Faculdade Unyleya. Graduada em Licenciatura em Teatro, pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA/ESAT). É pesquisadora da pedagogia do teatro, artista-educadora, produtora, escritora de roteiros teatrais, poemas e contos. Compõe a equipe do Allegriah Grupo de Arte e Cultura. Criadora do projeto independente Aglomeração Poética.
Eu Preta
Eu sou a encarnação da resiliência
Da força e da beleza
Minha jornada é marcada
Por séculos de luta
Contra a opressão e injustiça
Também por conquistas e triunfos.
Em minhas veias
Corre a força dos rios
Caudalosos da Amazônia
Sou a filha das águas
Que fluem majestosamente
Pela floresta.
Marcadores da Negritude
No DNA da resistência,
Nasceu a negritude,
Marcadores sociais
De uma luta com virtude.
Persistência que transcende
O tempo e a dor,
Valorização da identidade
Que nos dá vigor.
Na pele, o epítome
De um passado de coragem,
Negritude é nossa força,
Nossa melhor imagem.
Herança ancestral,
Orgulho que não se cala,
Nossa história, nossa alma,
Uma jornada sem falhas.
Antirracista
Nas veias a coragem
No peito a igualdade
A força que carrego
É minha identidade.
Na luta contra o racismo
Levanto minha voz
Rompendo correntes
Enfraquecendo o algoz.
Pela liberdade,
Digo “Não”!
Chega de histórias silenciadas
E vidas marginalizadas.
Não podemos mais aceitar
As feridas do passado
Que tendem a nos assustar
A cada passo que damos,
Deixamos um legado
A esperança é nossa arma
Na luta por um mundo renovado
Derrubando barreiras
Abraçando o legado.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Coleção Machado Preto - Livro #14
38 p.; 13 X 16 cm
ISBN 978-65-85955-03-4