Onde estivestes de noite: agrupa poemas dos últimos 5 anos. Organizado para parecer um único passeio em muitas paradas por uma paisagem noturna, boêmia, nonsense e pagã da Grande Florianópolis, o livro pega emprestado para seu título o conto homônimo de Clarice Lispector.
Nicolas Madeira é iconoclasta, colagista, anticapitalista, marginal ou só mais uma bicha suburbana. Nasceu e cresceu em São José (SC), entre a BR-101 e o mar do Atlântico Sul. Atua como poeta, artista visual, produtor cultural, estudante de Serviço Social e trabalha com qualquer coisa que alguém que nasceu no ano 2000 pode fazer com um iPhone na mão (qualquer coisa). Produz o Slam Xodó (@slamxodo) e integrou exposições, publicações e eventos independentes da cena cultural local nos últimos anos.
ontem à noite
fui mais esquizo
do que drama
não pedi perdão
fiz do silêncio
um estardalhaço
ninguém ateou fogo na rua
na noite passada
antes olhavam entre os seus
como se não se reconhecessem
& eu não sabia se
a decoração do bar neon ainda era sexy
ou só cafona
se juntar tudo que já vivi
nos cobertores sujos de pelo de gato
dos homens solteiros do bairro areias
não dá nem um poema
[...] ela está lá desde aquele domingo
quando a missa foi tumultuosa, o padre disse heresias
& rompemos de prontidão às dunas,
tão pecadores de areia na bunda que somos,
quão surreais e enluarados nos tornamos [...]
estamos nas mãos dos titãs do tudo-é-desperdiçável,
sórdidos que planejam sacrifício. Tudo é mesura.
Servem a ração com vistas duvidosas,
fazem isso e recolhem-se à gozação celestial onde apreciar um drinque
ao som dos exílios & balidos & baladas
— infinitamente. Absolutamente o mundo todo é vintage
& eu já não distingo mais entre o que é bem,
o que é mal & o que é Michele Bolsonaro
Bem-vindo à loja oficial da Editora Toma Aí Um Poema (TAUP), um espaço dedicado à celebração da literatura em suas múltiplas formas e vozes. Desde 2020, publicamos e promovemos obras que desafiam o convencional, oferecendo um catálogo diverso que valoriza autores de minorias sociais, incluindo mulheres, pessoas LGBTQIA+, negras, indígenas, neurodivergentes e outras vozes historicamente marginalizadas. Aqui você encontra poesia, ficção, ensaios e publicações que transcendem os limites do tradicional.