Em "Você me despertou amor no sol", Luna é uma universitária que vive cercada de muitos mistérios e segredos (ou como ela mesmo prefere chamar, cercada de grandiosidade). Que vão desde o que viveu em sua infância, a peculiaridades sobre a sua personalidade.
Dentre essas peculiaridades, temos o fato de que ela só consegue expressar seus sentimentos por meio de poesias. Até que com a chegada de uma irmã que ela nem sabia que tinha, todos os seus segredos parecem que querem vim a torna. E alguns deles precisarão ser verbalizados.
E para ela, que nunca sequer entendeu o que era ter ou ser de alguém (e agora se vê obrigada a aprender) não será nada fácil. Mas não há como fugir, visto que em meio aos seus segredos estão atrelados pessoas que por mais que ela insista em dizer para si mesmo que não, a afetam. E tudo que afeta em algum momento transborda.
Eu sou a Jannayna Sousa, tenho 27 anos. Faço poesias desde os 7 anos e em 2018 recebi o diagnóstico de Esquizofrenia, o que me faz ter perdas de memória momentâneas. Sou, também, Fonoaudióloga e atendo pessoas com deficiência. Dentre as coisas que a Fonoaudiologia me ensinou, aprendi que o diagnóstico, independente de qual seja, não pode nos limitar a quem devemos ser e/ou ao que podemos fazer. E então, eu que antes dita como uma pessoa típica, não me achava capaz de escrever um livro, visto que sempre escrevia poesias, curtas e algo longo parecia distante, agora, após o diagnóstico, resolvi me arriscar nessa aventura, pois diante das questões que tive que lidar, finalmente percebi o quanto somos capazes de absolutamente tudo, desde que acreditemos e lutemos por isso.
1-
“Jogada em meio a amores confusos
Tudo é tão em mim impuro
Sempre vivi em jogadas
Achava o amar uma piada
Queria a adrenalina das rimas
Queria-me por baixo e por cima
Mas agora é tudo tão diferente. Vivo dois amores que mexem com meu certo estilo de jogo. Totalmente inconsequente, nada bobo, O que posso fazer? Quem eu posso ser?
Sou apenas a garota fria que gosta da brincadeira.
Ela não tem medo de descer qualquer que seja a ladeira.
Dois amores. Duas paixões motivadoras.
Dois leves profundos sabores. Passo a viver como talvez sonhadora.
O primeiro é arrasador, mas doce.
Sem rimas, pois não precisa...
Já é tão musical, tão romântico que chega a ser enjoativo, o amor mais incrível que se possa experimentar.
De certeza é detentor.
Sem rimas, pois não precisa...
O amor em sua dose mais cavalar possível, ah meu caro amigo, com ela tudo faz sentido.
Sentido como um mundo pode ser construído a partir de um sentir precoce...
Precoce, mas arrebatador.
Com rimas agora, pois mesmo sem precisar, lutando pra não ter, entre nós tudo é tão natural, que não sei esquecer as rimas.
O primeiro é precoce, mas arrebatador. Arrasador, mas doce. Precoce e doce. Arrasador e arrebatador.
O segundo é sufocante, mas certo.
Inebriante quando em meio a todos os efeitos de cheiros e desejos... Cheio de rimas, pois aquele cheiro me inspira.
Mas tão natural quando numa conversa, a qual se possa despir de tudo que sou e tudo que quero, isso também acontece com o primeiro, mas aqui eu não tenho medo.
Medo de mostrar minhas sombras...
Tudo que me assombra
É como se não importasse o quão escuro eu fosse, quando por ela tocada/escutada ainda terei como ver um pouco de luz.
O sorriso dela em mim reluz!
O primeiro é meu querer mais limpo, mais preocupado, fugitivo de jogadas, meu maior problema quanto ao tipo de pessoa que eu sou.
O segundo é meu querer mais sujo, ainda preocupado, já jogado um pouco, ainda um problema, mas as vezes a única solução que me resta!
De fim... Em meio as minhas jogadas nada as interferem de forma alguma além desses dois amores, um como problema, outro como ora problema ora solução. E a questão é que, eu nunca achei que tivesse que me deparar com algum sentir que fosse para além do meu insisto de jogo.”
*
2-
“Outra vez ela se foi.
Ela vai dizer que eu não a deixei ficar.
Mas se fosse do seu querer, forçar-me-ia a aceitar sua permanência.
Ela sempre aceita minhas recusas.
Ela sempre respeita os limites.
O amor...
Deveria ser transbordante, com cheiro de mar.
Eterna consequência.
Ela vive de vários achares sobre o meu sentir.
Mas, ela nunca o deixou acontecer.
Ela vive de um amar platônico e de esperanças.
Mas, sou suja de mais para um amor assim.
Preciso das chamas.
É assim o meu viver.
Em busca de um real sabor...”