Acerolas Podres - João Silverio

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O Livro

 

Estes poemas foram escritos ao longo de um ano de puro desejo por uma vida poetizante. A possibilidade de se entender a poesia enquanto uma potência indissociável da vida e, ao mesmo tempo, chave para o desvelamento de um ser ocultado pelas misérias cotidianas trouxeram vida a estes poemas recheados de amor e violência. As mãos deste que vos escreve estão marcadas por calos e cicatrizes profundas de uma insensatez aterrorizante e inconciliável com o bom-senso. 

Peço desculpas pelos nomes citados, mas não tenho medo de dizer para aqueles cujo amor foi cultivado, muito menos aceitar o fim e o descarte. Se o amor e a violência são dois lados de um mesmo crânio esfacelado, deixemos os vermos se alimentarem desta carcaça leve que é o poeta. As imagens anárquicas e vertiginosamente belas são a proeza dos malditos escritores. Espero, com meus versos, poder trazer algo daquilo afirmado por Baudelaire: le beau est toujours bizarre. E essa bizarrice é, ao mesmo tempo, violência. Não somente contra o outro, mas fundamentalmente contra si mesmo.

Aqui vos entrego meu sangue, meu sangue que também é espírito febril. Ao passo inverso de um agricultor, treinado para colher os melhores frutos, afirmo ser um coletor mal-educado ou perverso: as frutas, as acerolas, as quais colho não são as mais belas e cheirosas. Busco as mais machucadas, mofadas, comidas por insetos e vermes, os frutos podres. Somente estes, os malcheirosos, podem nos ensinar algo e verdadeiramente nos provocar algum incômodo ao degustarmos seu néctar necrosado. Esta morte capaz de explodir a viscosidade da vida como um copo de gim barato. Eis aqui as cacofônicas correspondências imagéticas de um Estrategista do Delírio.

                                                                                                                            

(João Silverio)

 

O Autor

 

João Victor Silverio de Oliveira Moreira nasceu na cidade de Santos Dumont (MG) em 2 de Março de 2000. É graduando em Filosofia pela UFJF, professor de Filosofia e faixa azul em jiu-jitsu. Amante de Filosofia desde pequeno, teve seu desabrochar poético a partir dela. Buscando sempre estabelecer as pontes entre a filosofia de Empédocles, Platão, Hegel, Mircea Eliade, Martin Heidegger e a poesia de autores delirantes como Roberto Piva, Claudio Willer e Hilda Hilst, da poesia mítica de Jorge de Lima e Murilo Mendes, assim como de Conde de Lautréamont e o surrealismo de André Breton.

 

Poema do Livro

 



Ó Piolhos!

 

                                               ó piolhos, ó sugadores do sangue de meus cabelos secos

           teus ovos plantados eclodindo com viscosa placenta do útero da mãe

 no interior de meu crânio

                        sinto vocês vagando, seus saltos, seus passos, suas sucções terríveis

                                               coço, coço, coço, coço

                                                                 mas somente os rastros sujos saem em minhas unhas

                malditos germinadores! destruirei minha carne até poder libertar-me de

                                                                         repulsiva obra

                       ó demônio, ó tu que fazes as crianças lixarem suas cabeças até a ferida

                                                                  até terem seus miolos à vista com o sangue borbulhante

                                          queimando seus ossos e suas faces apodrecidas

                                                   sai de mim, sai de meu corpo, liberta-me de tua condenação

                       ó piolhos, sugadores da vitalidade, demônio do ouro e dos títulos

                                    afasta tuas garras de minha alma sugador terrível!

                                                 defecando normas em mim e subjugando-me

                  quero cravar pregos em meu casco para crucificar-te

                                                                       atear fogo em minha face para ouvir os teus gemidos

                                                              enforcar-te com linhas de náilon e decapitar com agulhas

                                                    esvai-se de mim, ó monstruosidade branca

                                           anão do sangue devorador de tufos

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