Aurora Ranzinza — João Barros

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O Livro

Aurora Ranzinza foi escrito, majoritariamente, entre os anos de 2018 e 2021. No entanto, algumas das poesias datam da época em que comecei a escrever de modo mais contínuo e arquivar meus textos, ainda no início dos anos 2000. Os poemas presentes nessa seleção são heterogêneos, mas busco criar um diálogo entre temas que percorrem meu campo de referências e inspirações – tempo, memória, a conversa entre o efêmero e a permanência, forma e acaso.

 

O Autor

 

Sou jornalista e escrevo ficção, (principalmente poemas) desde muito jovem. Aurora Ranzinza é minha primeira publicação. Sou nascido em Currais Novos, Rio Grande do Norte, em junho de 87, mas vivo em São Paulo há mais de 25 anos. Acredito que esse sentimento de migrante, de estranhamento, também transita nos poemas presentes nessa seleção. Além disso, há as referências literárias de autores e artistas que fazem a minha cabeça e que compõem meu universo pessoal: Frank O'Hara, Ricardo Domeneck, Raymond Carver; a poética jornalística de Joan Didion e Gay Talese; os filmes de apartamento de Jim Jarmusch e Sofia Coppola; o charme discreto de Bill Murray e da comédia; as canções e as poesias de David Berman. Não há tanta angústia da influência por aqui.

 

 

Alguns Poemas do Livro

 

Um dia de frio

 

Um dia de frio,

A greve dos caminhões voadores,

O cheiro da gasolina invisível,

A morte de Philip Roth,

A morte lenta dos meus ídolos,

A dor nos meus maxilares,

A coluna torta envolta em meias encardidas,

A saudade diária das coisas,

O cachorro que esbarra em meu melhor casaco,

A garota estrábica que sorri para o café,

O café gelado no tampo de ferro da mesa com a marca humana.

 

Tampo de ferro gelado,

Café gelado,

E a beleza indizível da eternidade.

 

*

 

Redoma de luz

 

Todas as noites são dias nos quartos de dormir,

E o brilho do poste político tinge frestas de luz nas cortinas de textura

Tinge a memória do pertencimento azedo,

Tinge o tempo de violência e de textura.

 

Em algum lugar do mundo sei que meu idioma é estrangeiro,

Sei que sou fruto de uma ideia exótica e tropical 

Que descreve tão bem os odores familiares,

Que descreve tão bem o sentimento estrangeiro.

 

Me fazem perambular – exótico como a luz, 

Acender um cigarro diante de meu céu selvagem,

Escolher a estranheza adornada por olhares frígidos,

Escolher a redoma frígida adornada por luz selvagem. 

 

*

 

Caspar Friedrich

E a neve estilhaçou seu punho engessado,

Como uma armadilha presa por sacos de vintém,

Como o ancinho de olhos distraídos atrás da porta,

De onde se esgueiram tordos,

De onde se esgueiram tordos.

Dança na neve, criança caolha,

Que vive em armazéns de fagulhas e laços faltos,

Que beija seu pai trazido do campo,

De onde se esgueiram tordos,

De onde se esgueiram tordos.

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