Das Cinzentas Entranhas da Metrópole de Bolso — Mattos Rodrigues

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O Livro

 

Como a névoa que se adentra ao escalar os cumes de uma serra tropical, a primeira demanda da poesia é o mergulho cego, é a imersão. Gélido e denso, mas fragmentário, multilinguístico, quase inapreensível em suas contradições é esse mundo em que se joga. E é dele que se faz colheita: ‘Das Cinzentas Entranhas da Metrópole de Bolso’ é uma coletânea de poemas que escrevi entre 2015 e 2019 e editei agora, sob o olhar retrospectivo pós-pandêmico, para refletir um certo estágio da minha produção pessoal, da vida no interior sul-mineiro e de um Brasil na escalada de sua crise política, em amplo espectro. Os dezenove poemas, arranjados em quatro segmentos (Rajas, Tamas e Satva, respectivamente o azul-água, vermelho-fogo e branco-síntese da bandeira sãolourenciana, e Bijam, o epílogo), se apresentam como registros anônimos de personas fictícias que habitaram esse ‘sítio arqueológico-metafísico’ num segundo plano textual. Formalmente, inspiram do ar da Mantiqueira, de Drummond , Kafka, Gullar, Augusto dos Anjos, Álvares de Azevedo e Baudelaire; expiram o verso livre e o poema narrativo/crônico, em maior medida, como o neoconcretismo moderado e no soneto moderno, em menor medida – um panorama que intenta ser suficientemente vasto para captar um retrato forte (e ligeiramente fugaz) do espírito do tempo em sua fração mais particular. O quanto do universal comportam as províncias no topo da montanha que chora? O universo numa casca de noz. ‘Das Cinzentas Entranhas da Metrópole de Bolso’ é uma tentativa de, na esteira do velho fenomenólogo alemão, acender uma fogueira no neblinoso interior e armar a clareira do Ser – a qual não se pode residir, mas que se deve habitar de passagem e partir ao fim da longa Noite. 


 

O Autor

 

Gabriel Mattos Rodrigues, de São Lourenço – MG. Estudo filosofia na Universidade de São Paulo e trampo no Museu de Arte Contemporânea da USP. Participei do Festival Nacional da Canção de 2017, com poesia premiada pelo concurso jovens compositores. Desde 2017, coleciono meia dúzia de poemas avulsos publicados em coletâneas e antologias poéticas de editoras nacionais como Vivara, Porto de Lenha, Tenha Livros e Cavalo Café, como também escrevo, canto e componho com a banda Boletos Antiaderentes e em carreira solo. Atualmente residindo entre as superfícies sul mineiras da Serra da Mantiqueira e a terra da garoa.

 

Alguns Poemas do Livro

 

Dia 2
No anti-platô tropical da montanha que
chora
mora toda sorte de gente que,
naturalmente,
não intenta cavar às raízes
em paragens tão ondulantes

Alados leões guardam o portal
onde terra toma forma de letra
e lê-se: "abandonai as certezas
ó vós que entrais"
Por sorte, não trago nenhuma
e é precisamente isso que me traz aqui.

Em direção ao coração, através das
entranhas
meus passos marcam esse chão
que é pegajoso e instigante
– Sua cor, há de imaginar!–
Noto que se paro de andar
começo, sutilmente, a afundar.
Persisto, portanto; através das veias e
vísceras
vasos e vermes (vestidos
de terno e gravata e licença assinada
salivando sobre a cidade em sua fome
pestilenta)
e minha mente subitamente
se apavora com a ausência de sentido
que, pesada, preenche essa imensa caverna.

E eu me sinto um foragido de mim mesmo
Um roedor gigante e cansado
que circula em espirais sisifianas.

Dia 7
Marchei até a desilusão
até as horas se tornarem dias
– com sensação de séculos –.
Pensei em desistir
e dar por abortada a missão
Até que encontrei, discreta, uma rota
uma alternativa ao deserto orgânico
e aqui os acontecimentos voltam a ser
dignos
de nota.

Ela me levou a uma praça
cheia de pedras e vícios
– e claro, mais vísceras –
Mas, além disso, vestígios,
traços de alguma existência.
Poemas que nunca verão a luz do dia
sonhos sem voz que gritam rabiscos
discos de vinil
e mais mil artefatos,
todo simulacro de individualidade;
derradeira prova  de vivacidade
na cidade de bolso
boia pelas rubras poças d'água
ao longo dessa praça de pedra.
(...)

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