Dou pra todo mundo, só não dou pra qualquer um - Thalita Neves

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O Livro

 

Dou pra todo mundo, só não dou pra qualquer um reúne oito contos autobiográficos com histórias de (des)amor vividas pela autora entre 2021 e 2024.

 

O título do livro é inspirado em Leila Diniz, na “absoluta ausência de preconceitos com que ela via o mundo, aliada a uma poderosa intuição psicológica e a uma desarmada predisposição a gostar dos outros”.

 

Nesta obra, a autora fala um pouco de si e muito de nós. Especialmente pra quem gosta de música (e de músicos) este é um livro cheio.

 

@doupratodomundo_ 

 

 

A Autora

 

Thalita Neves é jornalista e pesquisadora. Escreve diários porque tem medo de perder a(s) memória(s). Acredita que toda mulher merece ter sua história (re)contada. As biografias são, portanto, seu gênero literário preferido.

 

@thalita.neves.olv


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Alguns Trechos do Livro


 

Chico Buarque jovem

 

“Tenho família em Salvador”, me disse Fábio, ajustando aquele cachecol amarelo vibrante e descalçando um havaianas azul-e-branco novíssimo no meu porcelanato gelado. É lógico que estranhei a combinação, não só dos acessórios que contrastavam estações, mas dos traços também contrastantes de seu rosto, que ora se assemelhavam às feições de um Nando Reis contemporâneo, ora eram a cara de um Chico Buarque jovem. E com isso quero dizer que Fábio era estranhamente muito bonito – o que, portanto, lhe concedia a licença quase poética de se vestir como bem entendesse. Mambembe, cigano.


 

Campeão de 87

 

Matheus tornou a me falar de suas vivências na fotografia, dizendo revelar ao mundo mulheres incríveis. Vencida pelo cansaço – e pelo sotaque de quem me ganhou já no primeiro tempo – acompanhei de novo o seu raciocínio presunçoso. Incrivelmente, eu estava ali há três horas: jogo de ida e jogo de volta. Fingi que concordava, como se escolhesse focar somente em sua cativante retórica, torcendo pra que o seu discurso machista me escapasse às vistas. Mas tudo é tão verde em seus olhos... não deu pra não ver.


 

O tesão é burro

 

Vira e mexe Fernando me tira o foco. Às vezes estou lavando louça e é como se ele estivesse ali do meu lado me chamando de gostosa ou me comendo na bancada. Em outro momento, saio do banho e escuto um eco que parece vindo da minha cama: vou te encher de porra. Ou simplesmente paro na vaga do supermercado e ouço ele me pedir num ímpeto: goza no meu pau, safada. E eu respondia com o fôlego que me restava, enquanto ele me olhava inteira por aquele enorme espelho: eu vou gozar, amor.


 

A ponta que você deixou

 

Quando Breno me mandou a primeira mensagem no Tinder, eu logo respondi falando que adorava aquela música que estava ali no perfil dele. Da Taça, de Chico César, canção de longa data pra mim, pois não é de hoje que brindo sozinha o fim de relações que eram um porre, mas que eu sequer sabia. Brindes, portanto, legítimos.


 

O Havaí, seja aqui

 

Não tive muitas experiências com gringos. Lucas era o meu segundo crush uruguaio. Certa vez, recém-chegada a Floripa, conheci um ex-jogador das categorias de base do Nacional. Centroavante. Não subiu pro profissional por causa de uma lesão. Jamais parei pra comprovar essa história, afinal, eu quis que fosse esse o motivo do meu interesse naquele cara, embora eu pudesse ter me apaixonado perdidamente por ele quando descreveu o quanto é lindo ver uma mulher gozar.


 

Cariocas são tão sexys

 

Bonito, bacana, sacana, dourado, moderno, esperto, direto, Luiz ilustrava perfeitamente a letra de Adriana Calcanhotto estampada no saguão do Santos Dumont pra que ninguém tivesse dúvidas de onde estava pisando ao desembarcar no Rio depois de algumas conexões sem sentido. Olhei bem pra ele e só faltava o par de havaianas pra eu ter certeza de que era do tipo que decreta três pontos facultativos no intuito de emendar sete dias de folga.

 

 

 

Ai de mim que sou romântica

 

 

Levei uma adolescência inteira pra sacar que o “tira essa bermuda que eu quero você sério” não tem nada a ver com sexo. Da mesma maneira que o “como” do refrão “eu quero você como eu quero” também não representa uma interjeição da intensidade do querer. É, na verdade, um querer no melhor estilo Paula Toller: fiel ao seu próprio desejo. E aqui assumo a minha parcela de responsabilidade pelos meus rombos afetivos em geral: o fato de eu querer as pessoas do meu jeito, como eu quero, explica muito dos meus relacionamentos frustrados que vira e mexe se transformam no que se lê por aqui.

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