O nome nasceu no meio da noite: "Julho que vou", como um juramento. A promessa da autora, de escrever todos os dias do mês de julho. Sem pular nem um dia, sem deixar de postar nem um dia. Ela mesma, a primeira a assinar o compromisso.
O poema que regeu a brincadeira nasceu aos poucos na primeira semana. Dos versos dele, publicados um por vez, foram escritos e postados mais de 1000 textos só nas duas primeiras semanas. Ao final do mês, eram mais de 2000 postagens com a hashtag #julhoquevou.
Maria Helena não imaginaria que teria dado tão certo, e que a paixão por escrever de tanta gente, estivesse guardada no bolso de outras profissões e carreiras com textos amarrados.
“Eu Julho”” é a coletânea dos seus 31 textos escritos naquele mês. Contos, poemas, crônicas, cenas, correios sentimentais, como vieram.
E também uma proposta para o escritor guardado em cada um de nós.
Maria Helena Alvim é redatora, dramaturga e roteirista, com trabalhos no Brasil (Rede Globo, Rede TV!, Record/FOX) e na Itália (YAM112003/Endemol International), onde morou 6 anos. Escreveu várias peças para teatro musical como autora (Oficina Viva) e colaboradora (em parceria com Thelma Guedes, Alessandro Masson e Newton Cannito). Além de ter sido professora de Roteiro, Storytelling e Escrita Criativa no Estúdio Guará e na Oficina Viva. É autora de “Um Dia”, livro ilustrado com Marcia Misawa. Estudou Publicidade e Propaganda (ECA/USP), Cinema e Enogastronomia (MediaLab/Roma) e Produção Criativa (Mediaset/Roma). Mora em São Paulo - onde dá aulas de roteiro e storytelling - e escreve no seu perfil do Instagram @mhalvim. Mais em www.mariahelenaalvim.com.br
Trecho de O POEMA ZERO
(que deu origem ao livro)
“Da minha janela
Vejo as mesmas coisas com olhos diferentes
Um vizinho de quem agora seI muito
Um romance inesperado entre velhos conhecidos
Um cão que leva seu dono para passear
Na casa do meu coração
Sem máscaras
Sinto felicidade e medo
Tento encontrar a pergunta certa
Nenhuma certeza
Nenhuma dúvida
…”
*
Trecho de SEM MÁSCARAS
"Se um dia nos encontrássemos
Eu e você sem máscaras
Não nos reconheceríamos
Cruzaríamos um pelo outro na rua
E diríamos
Como alguém sai assim na rua?
Mostrando que não dorme à noite
Que toma remédios controlados
Que tem medo do tempo
Da loucura
Da morte
E se pedíssemos uma informação
O outro confessasse que não sabe
Que nunca soube
Que gostaria muito de saber
De ser alguém que sabe
De ter uma certeza que fosse
Mas que há muito tempo perdeu, inclusive
O rumo de casa
E agora vaga por aí
Fingindo ter todas as respostas
…”