Hemorragia é uma coletânea de alguns poemas inéditos e nunca antes publicados, escritos por Myriam Letícia ao longo dos últimos vinte anos.
Poemas não-datados, que não pertencem mais ao tempo.
De Hemorragia sangrou o amor, a dor, o humor. A saudade, a liberdade, a vontade. O destino, o acaso e qualquer caso. A fé, a nudez e sua roupa. A palavra, quase tudo - e quase nada.
Myriam Letícia formou-se em Psicologia pela UFMG em 2009. Nasceu na cidade de Unaí-MG, mas foi em Montes Claros-MG onde passou toda sua infância e adolescência, sendo envolvida nas artes e cultura desde então, quando estudava piano, canto e teatro no Conservatório Estadual Lorenzo Fernandez, e participava de saraus e concurso de poesias interescolares.
Atualmente é servidora pública da Câmara Municipal de Belo Horizonte, e também atua com produção cultural e com música, além da escrita.
Teve um poema e uma crônica selecionadas para as coletâneas 2024 do Prêmio Off FLIP de Literatura. Suas tramas literárias de estilo contemporâneo e subjetivo geralmente se ligam a temáticas como o feminismo e o existencialismo.
SANGUE VIVO
Corre no meu sangue um rio feito
navalha.
Atravessa o corpo cortando os pulsos
Chorando a solidão dos que deitam
sobre as pedras pontiagudas do
desamor
E no que salta essa dor, me desfaço
em estilhaços
Não quero mais ver o lamento dos
desabraços
Vou me afogar no meu rio
Que corre em meu sangue, feito
navalha.
*
LUTO
Tudo que nasce, revive.
Tudo que morre, renasce.
Tudo que vive, nasce e morre.
Morro quando despedaço.
Nasço quando me refaço.
Assim,
Vivo quando nasço,
Vivo quando morro,
E vivo, sempre, constantemente,
De novo,
Esse eterno
Fazer e desfazer o laço.
E luto
Pra nascer e morrer:
Viver é a dor do parto.
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