Nascimento Constante - Andréa Zemp Nascimento e Paula Constante

Os poemas de Nacimento Constante são frutos do reencontro e do diálogo profundo entre duas amigas da época de faculdade. Naquele momento, enquanto deixavam rastros de palavras pelos mesmos chãos, tão repletos de outras artes, ironicamente não se sabiam ainda poetas. 

Curiosa (ou magicamente?), por caminhos que só mistérios subterrâneos e celestes explicam, as duas descobrem-se, décadas depois, almas afins. Cada uma num canto diferente do planeta. Eis que, por evocação do universo, a espiral do tempo as conecta em um momento preciso: a morte sincrônica-simbólica de ambas. 

A decisão: viverem juntas o luto, o cuidado, o renascimento. 

Uma busca muito profunda por compreender a imensidão de suas existências enquanto mulheres, em um mundo hostil e ao mesmo tempo potente, faz com que descubram, juntas, a linguagem mais precisa e fluente para dar vazão às reflexões urgentes e às dores da experiência feminina no mundo. Doulas, uma da outra, neste parto em duo, depositam a mais absoluta confiança nas mãos da poesia. 

Andréa Zemp Nascimento, mãe de Tainá e Cauan, é brasileira, crescida no interior de São Paulo, com profundas e musicais raízes paraibanas. Pássaro, migrou para a Suíça, onde habita desde 2009. É graduada e Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela USP e Mestre em Mediação Cultural e Artística pela Universidade de Artes de Zurique (ZHdK). É autora de “A criança e o arquiteto: quem aprende com quem?” (Annablume; FAPESP, 2015). Seu encantamento pela infância e o desejo de criar diálogos criativos com as crianças a levaram ao universo da literatura e, posteriormente, ao da poesia.  

Como poeta, participou das antologias do VII e do VIII Festival de Poesia de Lisboa - “Corpos de Amor e Luta” (2022) e “A vida é mais tempo alegre do que triste” (2023) - e das antologias “A música das coisas” (2024) e “Fluidos - antologia do desejo” (2024), todas publicadas pela editora suíço-brasileira Helvetia Éditions.

Recebeu menção honrosa no VIII Festival de Poesia de Lisboa (2023) com seu poema “sinuosa”. Um de seus poemas compõe ainda a antologia “O amor é um grito” da Editora TAUP (2024). 

Em 2023 a autora venceu o edital do Festival de Poesia de Lisboa para a 2ª Coleção Contemporaneíssimos, com seu primeiro livro autoral de poesia: “Tecedeira, com verso…”, publicado em 2024 pelo Selo do Festival de Poesia de Lisboa (Helvetia Éditions). A coleção é composta por oito livros de autoras e autores lusófonos: brasileiros, moçambicanos e portugueses. 

Andréa participou também do movimento “Um grande dia para as escritoras” - liderado pelas escritoras Giovana Madalosso, Paula Carvalho e Natalia Timerman - tendo organizado a foto das autoras brasileiras em Zurique, e teve a honra de contribuir com um texto para o livro de mesmo título (Ed. Bazar do Tempo, 2023).

Atualmente Andréa trabalha em um novo projeto literário que reúne poemas autorais, visuais e escritos.

Paula Constante é mãe da Isis, escritora, roteirista, cineasta, arquiteta, urbanista e mestre pela FAUUSP. Nascida em São Paulo, de mãe Pernambucana e pai Gaúcho, mergulhou desde cedo nas sutilezas profundas do diverso difícil de ver. Atravessada por histórias e todos os seus caminhos para se compor e espalhar, dirigiu e produziu documentários como "Capacetes Coloridos" (2007), “Mutirões da Leste 1” (2020)  e "Donas da Terra" (ainda inédito), por sua produtora Fera Filmes.

Foi professora de Desenho, Projeto e História da Arquitetura (2010 a 2015), atuou como arquiteta em “Olho Mágico” (2008 a 2013) e em outros escritórios. Militou politicamente com a assessoria técnica Usina - Centro de Trabalhos para o Ambiente Habitado (em 2008-09 e em 2014). Fotógrafa desde 2002 e compôs o projeto “365/2013, uma foto por dia”. Entre 2005 e 2014 publicou prosas e poesias no blog Vivi nas Idas à Constantinopla, de onde nascerá seu primeiro livro..

Agora investiga, através da escuta, como as crenças nos fazem, pelo projeto "Doula de Narrativas", enquanto coleciona projetos de roteiros audiovisuais inéditos, que aguardam seu tempo de produção.