O MUNDO POR TRÁS DOS VULCÕES é um livro sobre sentimentos explosivos que fervem e borbulham por trás de um exterior aparentemente sólido e imperturbável. Em temas como amor, frustrações, vício e solidão, essa obra retrata uma montanha russa passional, cheia de emoções difíceis de controlar e mais difíceis ainda de traduzir em palavras.
A falta de uma coerência na sequência dos poemas dentro do livro é proposital e busca mostrar como as coisas são inconstantes, mudam com rapidez e nem sempre estamos preparados para essa movimentação, então muitas vezes só nos resta abraçar a apatia do momento, a falta de reação, ou responder à ele com um rompante de fúria, é imprevisível e não sabemos com certeza da nossa reação até que acontece. O sentimento que precede esse momento é retratado logo de cara, com Zero.
O poema que dá título ao livro traduz em metáforas uma crise de ansiedade, o sentimento de descontrole e irracionalidade que muitas vezes acaba nos levando a nos machucar, machucar outras pessoas e prejudicar nossas relações, deixando ao passar uma ressaca terrível de impotência perante as próprias atitudes. A segunda parte do mesmo poema fala sobre a vontade de solidez, constância, de não ser refém de tantos sentimentos incontroláveis, a busca por ajuda e traz uma curiosidade aleatória de que o cristal obsidiana é, de fato, lava que se solidifica ao resfriar na água.
Carol Coelho é uma poeta de 23 anos residente da capital paulista. Desde muito cedo tece versos que capturam a essência fugaz da vida e a profundidade dos anseios humanos, se entrelaçando como fios de luz e sombra para contar uma história, pensamento ou emoção. Escrever se tornou parte do cotidiano de Carol, que com o tempo passou a ver poesia em tudo, trazendo panos de fundo diversos para os seus versos. Enquanto navega pela rotina acelerada de São Paulo, ocupa as frestas do dia a dia com poesia, tarologia e bons vinhos. Evoé!
ZERO
e quem consegue dizer
com precisão
o que se passa
dentro de um vulcão?
há quem seja capaz
de precisar o
momento exato
da erupção?
🌋
O QUE FAZ CALAR ASSIM
eu chego muda
e saio calada.
no meio do caminho
silêncios preenchidos com nada,
e nada muda.
é que sua língua conhece tanto
as minhas ambições
que elas já se tornaram suas
e sempre que fica um pouco mais
eu acabo assim, nua.
teu corpo conhece tanto
as minhas vontades que eu
nem me importo de ficar assim,
muda.
me embriago
no que vem com essa conduta
que, ao fazer seu querer,
cru e sem maiores desculpas,
me revela assim,
tão incrivelmente puta.
pode passar o tempo que for,
mas isso é algo que
jamais muda:
ja é parte intrínseca de mim
ser assim,
tão sua.
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