Em Poemas Por Engano, Lenandro Melo se apresenta como um personagem entrado por engano numa peça cujo elenco não pertencia. Se movendo num palco estranho sem ter ideia do seu papel, onde tudo é impreciso, absurdo e relativo. Enganou-se. Diz não ser poeta, mas é. Diz não saber escrever, mas escreve... E assim segue por todas as páginas dessa obra, que nada mais é do que um pedaço desprendido de um devaneio. Melhor se acostumar com a docilidade de cada palavra por aqui deixada pelo mentiroso e (pré) suposto: engano.
Poemas Por Engano, são versos e rimas que enganam. Duvide delas! Aqui, se encontram poemas que tratam da mais íntima incrustação da alma poética do poeta diante do mundo, das coisas e de tudo que o mundo é dentro de si.
Lenandro Melo. É poeta e compositor por engano. Louco um pouco, insano nem tanto. Designer gráfico nas horas não vagas. Encontrou formas de desabafar seus sentimentos e ânsias pela pequena tela de seu celular, descobrindo em rimas e frases soltas: refúgio.
Sobre a miséria humana
Escrevi poemas
Com rima
Com pena
*
Entre guerras
E fim do mundo
Viver é absurdo
*
Não busco
Rebuscado verso
Sim, o inverso
*
Vidas resumidas
A idas e vindas
Terminais
Estações
Ônibus
Vagões
Não há escolha
A não ser a porra
De uma briga
Por um pedaço de pão
*
Quando a lua
Em seu minguante quarto
Deixa-me sempre no vácuo