Performance Animalesca é um livro de poemas que apresenta uma história interligada e uma narrativa dividida em três partes: "Noites Ansiosas", "Morangos Selvagens" e "Luta das Capivaras". A história central do livro aborda a luta pela terra, a poluição e a destruição dos rios, o uso de agrotóxicos e a prática do garimpo ilegal. Além disso, aborda temas como racismo, queimadas, exploração dos trabalhadores, desigualdade social e tráfico de animais e pessoas.
Em "Noites Ansiosas", a ansiedade é o tema central. Os poemas são narrados pela perspectiva de um menino, permitindo que os/as leitores/as se sensibilizem com as crises de ansiedade, depressão e a solidão. Este capítulo também apresenta um pouco do local e da realidade social onde a história se desenrola.
Já em "Morangos Selvagens", a criança, agora adulta, planta morangos selvagens como forma de cuidar, salvar e renovar a terra contaminada pelo agrotóxico e pela ganância dos poderosos senhores de terra. "Morangos Selvagens" representa reação, consciência e luta. Um desejo pela mudança.
Por fim, em "Luta das Capivaras", as terras são invadidas por capivaras, os animais modificam as dinâmicas de produção e salvam o povoado. As personagens incluem o narrador (sem nome), Miranda, Maria e seus filhos, o senhor morango, os Morangos Selvagens, as Capivaras, Fofinho, Beija-Flor-de-Anna e Hector. Este último não é uma criação ficcional, mas sim um amigo falecido em 26 de dezembro de 2023, de câncer. Sua presença no livro é uma homenagem e uma lembrança que mudou completamente minha forma de pensar no processo criativo.
Os poemas podem ser lidos juntos ou separadamente. Destaco o poema "Olhe o Fofinho", que conta a história de um beija-flor da espécie "Beija-flor-de-Anna". Na trama, o beija-flor é sequestrado por um homem que não levanta suspeitas na sociedade. O texto faz alusão a diferentes situações, como o tráfico de animais silvestres, tráfico de pessoas e violência contra as mulheres.
Performance Animalesca é um grito e uma expressão de luta, permitindo-me escrever, publicar e defender o meio ambiente em busca de um estado de bem-estar.
Marcos nasceu em Primavera/Rosana (SP), é formado em História pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e atualmente é mestrando em Estudos Culturais pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Culturais (PPGCult/UFMS). Pesquisa literatura e cinema de terror latino-americano, e este é o seu primeiro livro.
📜Um poema do capítulo 01
Quando fecho os olhinhos
Corpo pesado e sonolento
é hora de dormir
Boa noite!
Me movo teatralmente na cama
têm aranhas nos meus corpos!
Estão se rastejando bem pertinho dos meus rostos.
Se eu tivesse medo do escuro
não dormiria…
Só que não quero dormir
pois não estou seguro.
Sinto a minha queda acidental.
Rastreio as aranhas dentro da minha garganta
Deve ser por isso que estou sem ar.
Está muito calor
O mundo está parado?
O dia nunca me busca.
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